Parece que me conhecia… melhor do que eu mesma!

Eu sou assim… Duas de mim… 
Às vezes três… Quatro… Cinco… Seis… 
Sou uma por mês, me diversifico. 
Tem horas que grito vivo num conflito, mostro ao mundo minha dor; 
Outras horas, só sei falar de amor, a mais romântica, melodramática, estática, chorosa e nervosa, carente e decadente, vingativa e inconseqüente!
Aí, quando menos percebo, me transformo em mulher cheia de medo, cheia de reservas, coberta de sutilezas, séria ou sem defesa; 
No minuto seguinte, no papel de mulher fatal viro logo a tal… Sou dona do mundo, segura e destemida, altiva e atrevida, rasgo meus segredos ao meio e exponho num roteiro de poesia ou texto… 
Agrido, inflamo , conto o que ninguém tem coragem de contar, explico detalhes que é bom nem lembrar… 
Sou assim… Várias em mim, sorriso por fora, angústia toda hora, por dentro um tormento, no rosto algum sofrimento, no corpo uma explosão de prazer, nos olhos, meu desejo deixo perceber.
Melhor nem me conhecer, fique com minhas letras, com as minhas palavras, na vida real sou bem mais complicada. 
Sou mil em mim e quem tentou, descobriu que viver ao meu lado é viver dentro de um campo minado… 
Quem esteve nele… quis fugir…
E quem ficou… viu tudo explodir!
Passei pelo nascimento e pela morte, alegria e sofrimento, céu e inferno; e no final eu reconheci que estou em tudo e que tudo vive em mim.

You can’t play on broken strings

Ouvindo a música “Broken String” me deparei com esse verso: You can’t play on broken strings, que significa que você não pode tocar em cordas rompidas e isso diz tanto sobre meus sentimentos agora. Parece que o sentimento que você nutre por alguém é como tocar uma música cada gesto, cada atitude é como se fosse uma nota que vai construindo uma melodia. Assim o sentimento se constrói a cada momento, mas quando uma corda se rompe não é possível continuar tocando, é complicado pois foi apenas uma corda mais a música não é a mesma sem ela, fica irreconhecível … É assim que eu sinto…  Tá faltando uma corda, uma nota, a minha canção n é mais a mesma… o que fazer ? n sei… 

Precisando esvaziar a mente…

Penso que pessoas que tem a cabeça cheia não conseguem manter o coração tranquilo, por isso acredito que escrever seja uma boa maneira de acalmar o coração e os sentimentos que ele guarda. Dizem que nós sofremos mais com aquilo que imaginamos do que com o que realmente acontece, agora imaginem como sofre alguém que tem a mente mais fértil do mundo. Só escrevendo muito, pena não ter o dom das palavras mas tentar não custa nada. Fico pensando que as vezes não precisamos complicar tanto as coisas, só que muitas vezes é mais forte do que a nossa vontade e uma vírgula pode se transformar no texto mais perturbador que você já leu. Como diria minha mãe para bom entendedor um pingo é letra e na minha opinião para alguém com a mente inquieta um pingo é praticamente uma novela mexicana.  Como fazer para deixar de ser assim? Ocupando a mente com o máximo de coisas possíveis, fazendo exercícios, luta, pilates, aula de dança, fotografia, criando um blog?? To tentando se eu conseguir eu conto depois… Agora aproveitar que o sono veio e não deixar a mente espanta-lo…. Boa noite…

Somos tão jovens …

Tempo Perdido

Legião Urbana

Todos os dias quando acordo
Não tenho mais
O tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo

Todos os dias
Antes de dormir
Lembro e esqueço
Como foi o dia
Sempre em frente
Não temos tempo a perder

Nosso suor sagrado
É bem mais belo
Que esse sangue amargo
E tão sério
E Selvagem! Selvagem!
Selvagem!

Veja o sol
Dessa manhã tão cinza
A tempestade que chega
É da cor dos teus olhos
Castanhos

Então me abraça forte
E diz mais uma vez
Que já estamos
Distantes de tudo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo

Não tenho medo do escuro
Mas deixe as luzes
Acesas agora
O que foi escondido
É o que se escondeu
E o que foi prometido
Ninguém prometeu
Nem foi tempo perdido
Somos tão jovens

Tão Jovens! Tão Jovens!

Autoconhecimento

capa

Quem você é? Do que você gosta?

Qual a sua identidade??

Perguntas simples para alguns, muito difícil quando não se tem as respostas. Que coisa difícil é essa de se estruturar em nós mesmos. Não reduzir a vida a uma esfera dela, que complicado. E quem disse que ia ser fácil, se fosse os consultórios dos psicólogos estariam vazios, e não cheio de pessoas tentando preencher os seus vazios, responder seus questionamentos. Freud explica? Tomara que sim… E no fim o que se chega a conclusão é que :  já é difícil controlar os nossos sentimentos, e atitudes, imagina quando  tentar controlar o outro! Nossa isso sim é missão impossível. As atitudes são do outro, os sentimentos são do outro, a você só cabe ser o melhor que você pode ser para o outro e por você. Por que o amanha não está nas suas mãos, e você é só você. Quando você entende que não dá para fazer tudo do seu jeito… O coração acalma, a cabeça acalma, a vida … pode acreditar a vida acalma…

Aprendendo a aproveitar o hoje, que não posso controlar o amanha e que o ontem… esse já passou…

Desejo a vocês…

Desejo a você ...

DESEJOS

Desejo a vocês…
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho.
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender um nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém (Mesmo que seja o Parabéns)
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco (Prefiro Tinto)
Bolero de Ravel

E muito Carinho meu…

Carlos Drummond de Andrade

O que acontece no meio…

“Vida é o que existe entre o nascimento e a morte. O que acontece no meio é o que importa.

No meio, a gente descobre que sexo sem amor também vale a pena, mas é ginástica, não tem transcendência nenhuma. Que tudo o que faz você voltar pra casa de mãos abanando (sem uma emoção, um conhecimento, uma surpresa, uma paz, uma ideia) foi perda de tempo.

Que a primeira metade da vida é muito boa, mas da metade pro fim pode ser ainda melhor, se a gente aprendeu alguma coisa com os tropeços lá do início. Que o pensamento é uma aventura sem igual. Que é preciso abrir a nossa caixa preta de vez em quando, apesar do medo do que vamos encontrar lá dentro. Que maduro é aquele que mata no peito as vertigens e os espantos.

No meio, a gente descobre que sofremos mais com as coisas que imaginamos que estejam acontecendo do que com as que acontecem de fato. Que amar é lapidação, e não destruição. Que certos riscos compensam – o difícil é saber previamente quais. Que subir na vida é algo para se fazer sem pressa.

Que é preciso dar uma colher de chá para o acaso. Que tudo que é muito rápido pode ser bem frustrante. Que Veneza, Mykonos, Bali e Patagônia são lugares excitantes, mas que incrível mesmo é se sentir feliz dentro da própria casa. Que a vontade é quase sempre mais forte que a razão. Quase? Ora, é sempre mais forte.

No meio, a gente descobre que reconhecer um problema é o primeiro passo para resolvê-lo. Que é muito narcisista ficar se consumindo consigo próprio. Que todas as escolhas geram dúvida, todas. Que depois de lutar pelo direito de ser diferente, chega a bendita hora de se permitir a indiferença.

Que adultos se divertem mais do que os adolescentes. Que uma perda, qualquer perda, é um aperitivo da morte – mas não é a morte, que essa só acontece no fim, e ainda estamos falando do meio.

No meio, a gente descobre que precisa guardar a senha não apenas do banco e da caixa postal, mas a senha que nos revela a nós mesmos. Que passar pela vida à toa é um desperdício imperdoável. Que as mesmas coisas que nos exibem também nos escondem (escrever, por exemplo).

Que tocar na dor do outro exige delicadeza. Que ser feliz pode ser uma decisão, não apenas uma contingência. Que não é preciso se estressar tanto em busca do orgasmo, há outras coisas que também levam ao clímax: um poema, um gol, um show, um beijo.

No meio, a gente descobre que fazer a coisa certa é sempre um ato revolucionário. Que é mais produtivo agir do que reagir. Que a vida não oferece opção: ou você segue, ou você segue. Que a pior maneira de avaliar a si mesmo é se comparando com os demais. Que a verdadeira paz é aquela que nasce da verdade. E que harmonizar o que pensamos, sentimos e fazemos é um desafio que leva uma vida toda, esse meio todo.”

Texto de Martha Medeiros escrito em 11 de Dezembro de 2011 para a Revista O Globo,  coluna Ela Disse. oglobo.globo.com